segunda-feira, 3 de março de 2014

O povo sabe votar e tem que participar

Dizem que o povo não sabe votar. Dizem que o bolsa-família é “eleitoreiro”. E por aí vai...

Engraçado. Não dizem que financiamentos para empresas, não dizem que dinheiro para os ricos etc. é eleitoreiro; não dizem que os ricos não sabem votar.

No Brasil, tendo como marco principal a Constituição Federal de 1998, a escolha dos governantes e representantes ocorre por meio do voto. São necessários votos para governar e representar o povo. Quem escolhe é o povo.

Tudo isso parece óbvio, mas o que está oculto é que, se não for por meio do voto, qual outra forma de escolhermos os dirigentes do país, que governam e representam por um tempo limitado também previsto constitucionalmente?

Será que uma minoria - que defende somente interesses próprios, que tem dinheiro, que controla os meios de comunicação, que não quer a aprovação do marco civil, que não quer reforma política, que não quer a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas - ou um governo militar, seriam exemplos dessa outra forma de governar o país?

Não adianta nos manifestarmos nas redes sociais, irmos às ruas defendendo o fim da corrupção, clamando por educação, saúde, segurança pública, transporte, moradia, justiça e direitos se não tivermos consciência ou boa-fé, ou seja, lutarmos por direitos humanos, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável, mas nas condições de uma democracia cada vez mais forte.

O povo sabe votar, ou está aprendendo a votar, sim. Está escolhendo governantes e representantes que atendam aos interesses e direitos reivindicados durante séculos, por meio de muitas lutas, mas que somente dentro de um projeto que contemple os direitos sociais e outros direitos e deveres, vem sendo realizado.

É isso que tem deixado àqueles que falam em democracia, mas não querem democracia, preocupados.  Assim, é melhor para essa minoria, quase sempre silenciosa que atua nas sombras, ter um povo descrente com a democracia – direito de eleger e ser eleito, plesbicito, referendo e outros meios democráticos – e exaurido com a luta tão somente pela sobrevivência...


Ainda bem que há os bons, os que amam e os imprescindíveis. Ainda bem que há os que fazem o bom combate e alargam os caminhos por onde passarão a democracia participativa e cidadã. (*)


Julio Yamamoto

(*) “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”
(Martin Luther King)

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)

“Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.” (Bertold Brecht)

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